segunda-feira, outubro 31, 2005

"Olga"

Fernando Morais conseguiu me conquistar dessa vez. "Olga", um livro bem mais enxuto que "Chatô", é um verdadeiro page turner. Durante todo o livro fiquei pensando: onde estava eu quando meu professor de história explicou sobre a Coluna Prestes? Qual a aula que eu perdi em que se falou da entrega de judeus e estrangeiros à Alemanha nazista durante a ditadura de Vargas? E olha que sempre me considerei muito boa em história, hein? Me lembro de infindáveis aulas sobre as revoluções européias (francesa, industrial e russa), mas no que diz respeito a esse capítulo essencial da história do Brasil, não me recordo de muito não. Será que é porque estudei num colégio de padres (essencialmente tradicional) durante os anos 80 (quando a abertura ainda era mínima)? Provavelmente. Nota mental: perguntar meu irmão se ele já aprendeu alguma coisa sobre essa parte da história do Brasil. Muito bom. Presente da Karenin.

Lido em português.

segunda-feira, outubro 24, 2005

"Vad är EU"

Li "O que é EU", de Birger Möller para o curso de ciências políticas na universidade e gostei muito. A linguagem é fácil, dinâmica (uma raridade em se tratando de livros didáticos) e muito informativa. Aprendi sobre o nascimento da União Européia, seus órgãos e como toda a parafernália burocrática européia se organiza. Impressionante é que o autor consegue escrever sobre burocracia de forma divertida.

Lido em sueco.

quarta-feira, outubro 19, 2005

"Solstorm"

Já tinha lido a respeito da autora desse livro como sendo uma representante de destaque da literatura de Norrland, a região norte da Suécia, onde moro. Åsa Larsson escreveu um pequeno romance policial/de suspense, que inclui dias sem sol em Kiruna, metros e mais metros de neve, fanáticos religiosos e assassinatos. Interessante, mas não consegui ficar completamente entregue. Gostei, mas apenas um pouco. O título pode ser traduzido como "tempestade solar" (o que não deixa de ser uma ironia, porque em Kiruna, no extremíssimo norte sueco, o sol não nasce durante o inverno).

Lido em sueco.

quarta-feira, outubro 12, 2005

"Stjärnor utan svindel"

O livro de Louise Boije af Gennäs é legalzinho. Conta a história de Sophie, escritora da classe alta sueca, casada com Lukas, sem filhos. A vida é dourada: muitos "amigos", casarão, coquetéis, dinheiro. Até que um dia, durante um debate na TV sobre feminismo, Sophie conhece Kaja (fala-se kaia), proletária feminista radical. As duas se apaixonam. Guerra de classes na socialista Suécia. Alguns momentos do texto são bem legais, a discussão do lesbianismo/homossexualismo ainda como uma ameaça etc. Mas, lá pela página 300, cansa. Não que não goste do estilo da escritora, que se amarra em analisar (de forma até interessante) os sentimentos contraditórios de Sophie, mas é que no final deu a sensação de estar lendo uma versão ultra-radical de um romance "Julia", vendido nas bancas de jornais do Rio. Assim, assim.

Lido em sueco.

domingo, outubro 09, 2005

"Min fiende, min vän"

O livro escrito pelo palestino Bassam Abu-Sharif e pelo israelense Uzi Mahnaimi é muito interessante. O título em sueco é "meu inimigo, meu amigo" e espelha como o livro foi escrito: histórias paralelas dos autores, que contam do seu ponto de vista os acontecimentos no turbulento conflito entre Israel e todos os seus vizinhos árabes - através dos séculos. Apesar de ser meio antigo (a edição é de 95, quando o Arafat ainda estava vivo), uma das coisas que mais gosto nesse livro é que tanto o palestino quanto o israelense se dão conta de que a situação do jeito que está é impossível. Paz não se faz com ódio mútuo. (Os textos do palestino têm um apelo especial, algo no estilo, que me seduz. Imagino se não é uma coisa da narrativa árabe. Muuuuito legal. A capa ao lado é da edição americana).

Lido em sueco.