terça-feira, setembro 28, 2004

"84 Charing Cross Road"

Helene Hanff consegue me divertir e me emocionar com suas cartas maravilhosamente criativas e tocantes. A conheci no cinema, com a versão fidelíssima feita por Ann Bancroft e nunca mais parei de apreciá-la. Mas, incrivelmente, nunca tinha lido seus livros. O primeiro foi esse, como tinha que ser. Me deliciei da primeira à última página, mesmo já sabendo do conteúdo da maioria (o filme é muito fiel mesmo). Esse livro é pra quem gosta de cartas, de detalhes, de sensações delicadas e, claro, de humor. Ma-ra-vi-lho-so.

Lido em inglês.

quinta-feira, setembro 23, 2004

"Perdas e Ganhos"

Lya Luft escreve com raiva. Eu leio os textos dela e a imagino totalmente envolvida, dedicada e concentrada a dizer o que pensa sobre seus temas. Parece que ela tem uma idéia, senta na cadeira e escreve de uma vez só. Um fluxo de criatividade, de idéias, de opiniões. Parece, sinceramente, que essa senhora está é escrevendo um blog, botando pra fora, refletindo, deixando as idéias correrem pra fora de sua cabeça. Quando crescer, quero escrever como ela. :c) Presente da minha mãe.

Lido em português.

segunda-feira, setembro 20, 2004

"Flickan och skulden"

A jornalista Katarina Wennstam escreve um livro eletrizante sobre casos de violência sexual contra meninas na Suécia, tendo como base os casos jurídicos contra os culpados. Mas, na verdade, estranhamente, a questão da culpa é que é interessante - como aliás, fica claro no título do livro, "A menina e a culpa".

A importância de determinar de quem é a culpa pelo ataque fica clara, quando observa-se as perguntas feitas às vítimas ("Você tinha bebido?", "Com quantos namorados você fez sexo?" etc) e, claro, os veredictos, quase sempre inocentando os violadores. A sexualidade masculina, essa coisa descontrolada, acaba sendo responsabilidade das meninas, que com suas saias "curtas demais" ou comportamento "convidativo demais", provocam a violência sexual masculina. Livro fundamental pra compreender como o machismo deturpa o julgamento da grande maioria da população - inclusive das mulheres. Indispensável. Lido para o curso de ciência legal da universidade.

Lido em sueco.

sábado, setembro 04, 2004

"Längst Därnere"

O jornalista alemão Günter Wallraff conta suas experiências disfarçado como trabalhador turco em uma Alemanha muitíssimo preconceituosa e onde trabalho desumano é coisa cotidiana pra imigrantes. Publicado pela primeira vez em 1985, o livro, cujo título original é "Ganz Unten", ganhou sucessivas reedições, também aqui na Suécia. Aqui, inclusive, pesquisar undercover assim como o alemão fez virou uma mania, batizada com o sobrenome dele. Os suecos passaram, então, "att wallraffa". Livro muito interessante, fora as longas partes que discutem a situação alemã da segunda metade dos anos 80. Aí, fica tudo muito datado. De resto, uma obra atualíssima. Infelizmente.

Lido em sueco.